Nosso ciclo, mulher, do ponto de vista endócrino, hormonal, físico, é complexo. Não havia outro jeito das emoções se comportarem, senão igualmente de forma complexa.
Conhecer como funciona o ciclo menstrual nos ajuda a compeender como aproveitar melhor cada uma das suas fases. Sem romantização e sem vitimização, tomando consciência.
Neste post eu resumo cada uma das fases buscando uma linguagem o mais simles possível. Não se assuste com os termos, você se acostuma. E se tiver dúvidas deixe nos comentários ue falaremos sobre elas.
Para começar, podemos dividir as fases do nosso ciclo sob diferentes pontos de vista. Claro, tudo acontece interligado, mas é olhando cada parte que podemos entender melhor como nosso corpo se comporta.
1. Sob o ponto de vista dos ovários
Se considerarmos o que acontece nos nossos ovários, dividimos o ciclo em duas fases:
Fase folicular: antes da ovulação
Fase lútea: a partir da ovulação
O primeiro dia da menstruação é o primeiro dia do ciclo e marca o início da fase folicular, que deve se encerrar por volta do 13º ou 14º dia, quando você ovular.
Na fase folicular, o corpo feminino libera um hormônio chamado hormônio folículo estimulante. É uma glândula, conhecida como hipófise, que produz e libera esse hormônio.
E o que ele faz? Ele estimula o folículo ovariano, ou seja, a formação de um monte de células contidas dentro o óvulo. Esse folículo cresce amadurecendo o óvulo e com isso o corpo começa a produzir um outro hormônio chamado estradiol (o estrogênio vem dele), que faz a parede que reveste o útero começar a se preparar para receber um possível embrião no caso da fertilização do óvulo.
Chega um momento que o óvulo está formado e maduro. É quando o folículo se rompe e o óvulo é liberado e direcionado às tubas uterinas com ajuda de fímbrias, que é como se fossem pequenos tentáculos. Isso vai acontecer praticamente na metade do seu ciclo marcando o início da fase lútea.
Você pode perceber que a ovulação está chegando porque a vagina produz um muco mais viscoso, que parece uma clara de ovo. A libido também costuma mudar quando chega a ovulação e muitas mulheres sentem também uma cólica bem pontual.
Com a ovulação o corpo começa a produzir a progesterona, que é o hormônio fundamental para manutenção da parede que reveste o útero para receber o embrião. Se o óvulo foi fecundado, ele se implanta no endométrio e começa a gestação. Se não há fecundação, não há embrião e, portanto, não há bebê. E é aí que o corpo deixa de produzir a progestrerona. É como um sinal pro nosso organismo: “hey, não tem embrião. Pode deixar de sustentar essa parede do útero aí”.
E, então, acontece a queda hormonal e sem a progesterona e o estrogênio o endométrio não se sustenta. A parede do útero descama junto com sangue e começa outro ciclo com a chegada da menstruação. A fase lútea dura 14 dias.
2. Sob o ponto de vista do útero
Uma coisa é o que acontece com os ovários: folículo amadurece, libera óvulo e pronto. É a essência da vida.
Mas nesse tempo, o que acontece com o útero?
Sob o ponto de vista do ciclo uterino, o ciclo menstrual é dividido em 4 fases (respira que tá tudo bem. Ao longo do processo você começa a sacar melhor):
2.1. Fase menstrual;
2.2. Fase pré-ovulatória (proliferativa ou estrogênica);
2.3. Fase ovulatória;
2.4. Fase pré menstrual (Secretora ou progestacional).
Acompanhe com calma, e tudo bem se não entender de primeira:
2.1. Fase menstrual:
Estamos menstruando, certo? Estrogênio e progesterona estão em baixa. Significa que não houve fecundação, toda a preparação da parede do útero para receber o óvulo foi em vão e então. Com a queda da progesterona, o endométrio se descama junto com sangue. Por isso que existem alguns coágulos junto com o sangue e a cor pode variar.
2.2. Fase pré-ovulatória:
a partir do momento que menstruamos, devagarinho o corpo começa a produzir o estrogênio. Um hormônio danado que influencia demais o nosso corpo. Sua concentração aumenta conforme o folículo ovariano amadurece e atinge o pico da sua produção na ovulação.
2.3. Fase ovulatória:
temos um pico de estrogênio e junto com isso o início da produção da progesterona que vai fazer a modificação e sustentação da parede do útero pro caso de haver uma fecundação. A parede do endométrio fica bem espessa paro embrião poder “grudar” ali e começar a crescer.
2.4. Fase pré-menstrual:
se houve a fecundação a progesterona continua aumentando e se mantém alta durante toda a gravidez. Mas se não houver embrião, os níveis de progesterona começam a cair e, até que, sem a ação deste hormônio a parede do útero começa a se descamar. E, então, começa novo ciclo menstrual.
3. Sob o ponto de vista emocional/comportamental – nossa lunação
Mas e quando a mulherada não sabia nada sobre essa coisa de variação hormonal? Mulheres simplesmente observavam como se sentiam e respeitavam os pedidos do corpo, seguindo os sinais da sua própria natureza. Essa observação dá origem a um conhecimento que faz referência do nosso ciclo menstrual com as fases da lua.
O ciclo lunar, da natureza, tem também 28 dias, você sabia? Assim como a média de duração do nosso ciclo menstrual. E, a partir da observação dos fenômenos comportamentais, foi possível ampliar a visão para a totalidade do corpo e identificar padrões que acontecem em cada fase do ciclo.
Assim, sob o ponto de vista lunar nosso ciclo também é dividido em 4 fases:
3.1. Lua nova:
equivalente à fase menstrual. Estamos iniciando um novo ciclo. Pede reflexão e cuidado.
3.2. Lua crescente:
equivalente à pré-ovulatória. Começamos a ganhar nova energia de criatividade.
3.3. Lua cheia:
equivale à fase ovulatória. Estamos no nosso pico de energia, em expansão, querendo exteriorizar, manifestar a nossa luz.
3.4. Lua minguante:
equivalente à fase pré-menstrual. Quando o corpo se prepara para uma gestação ou para um novo ciclo. Estamos mais interiorizadas com a possibilidade de gerarmos nova vida.
Observando cada uma das fases e seus hormônios, vamos descobrindo em primeira pessoa, como podemos fazer para aproveitar melhor as mudanças do nosso corpo.

Cris Ferrari
Terapeuta holística e Instrutora de práticas corporais e meditativas
Desde pequena observadora. Interessada por tudo que forma o corpo e influencia a atitude. Acredito que nossa realidade é construída de dentro para fora e que na quietude do silêncio nos encontramos com a calmaria da essência da vida.
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